Dom Antônio de Castro Mayer: pequena sinopse de seu trabalho.

Aos caros fiéis

  “A boa educação é moeda de ouro. Em todo lugar tem valor”

Sem educação é impossível ter resistência contra o revolucionário processo travado no campo da Igreja, pois isso está além das limitadas margens de uma militância febril contra quem quer que seja. E temos cá nosso próprio exemplar a ser seguido, e não desprezado, de uma formação clara.

Em idade tão avançada da era do Concílio Vaticano II, não se pode passar sem menção os freios e a resistência brasileira articulada após 62 e os seus desdobramentos sustentados por Dom Antônio de Castro Mayer. É notório toda a movimentação de outras autoridades antes da década de 60, e até certo ponto durante o Concílio de Roncalli e Montini, mas que perdeu toda a articulação e toda a coesão face às mudanças seguintes; e que permaneceu em certa medida centradas nas figuras do arcebispo francês Dom Marcel Lefebvre e de Dom Antônio de Castro Mayer, sendo neste último a parte que mais nos toca.

O bispo de Campos recebeu uma educação bem completa: primeiramente foi discente de Dom Duarte Leopoldo e Silva e enviado pelo mesmo à Gregoriana em Roma, onde será ordenado por Dom Basílio Pompilj. Sem dúvida essa educação terá importância, não apenas no bispo resistente e conciliar-ultramontano, mas como o bispo ensaísta e líder de diocese; em que dadas as circunstâncias isso implica em direcionamento da formação e reorganização do clero coadjutor: trabalho esse nada surpreendente, pois após retornar de Roma, Dom Antônio se tornou por mais de uma década professor do Seminário Central do Ipiranga da Arquidiocese de São Paulo, atuando depois entre diversos cargos inter relacionados e tendo como consequência o episcopado de Campos, cuja sagração foi realizada pelo núncio Dom Carlo Chiarlo.

Trabalhou com a Ação Católica, onde iniciou uma longa amizade com o seu diretor, o então futuro fundador da TFP e ex-deputado federal da Constituinte de 1934, Dr. Plínio Corrêa de Oliveira. Depois com diversos encargos e ofícios, o bispo de Campos realizou alguns trabalhos na PUC de São Paulo, no tempo de José Pedro Galvão de Sousa.

Apesar da pouca contribuição, devido aos seus trabalhos, é o fundador do periódico Catolicismo, e também apoiou obras anticomunistas no Brasil, como a publicação do livro “Reforma Agrária, uma questão de consciência”.

Todos os seus trabalhos o preparam para o governo da diocese de Campos e para a reorganização da mesma nos anos 70 e 80, uma pequena resistência brasileira, a União Sacerdotal São João Maria Vianney, e única de seu gênero: com processos judiciais dolorosos e toda a sorte de perseguições. Essas décadas são marcadas pelo desgaste com a TFP, com os bispos Novus Ordo, e o isolamento natural de um bispo que resistia não só pela força mas pela pena, escrevendo alguns artigos e se aprofundando no problema da crise.

Dom Antônio de Castro Mayer em pessoa não deixou sucessor, nem mesmo concretizou as ambições de um seminário grande, que certamente o tinha. Seus padres passam a ser formados ou em Écône, na Suíça, ou em La Reja, na Argentina, mas sobretudo em La Reja. Desde então trava o destino da sua União Sacerdotal ao da Fraternidade de Dom Marcel Lefebvre, seu último apoio.

Nos últimos anos de vida realizou seu mais importante ato público, em Écône: as sagrações de 1988, sendo na prática um ato harmonizado com as ações da Fraternidade Sacerdotal São Pio X de Dom Marcel Lefebvre, mas que é preciso ainda hoje separar as duas linhas magisteriais cotejadas que se travavam entre os dois bispos resistentes. Por um lado, Dom Antônio deixava escapar uma tendência mais forte e firme, e por outro, Dom Lefebvre cada vez menos crítico. Nesses anos seus padres, assim como a Fraternidade, seguiram rezando missa Una Cum, unidos ao que consideravam ser o bispo local, e ao chamado João Paulo II. Desconcertante para com as declarações de Dom Antônio de Castro Mayer. “Que autoridade?” declarou na Suíça no Seminário de Écône. São esses trechos obscuros de sua biografia que denotam a falta do mesmo espírito nos que se diziam ser seus correligionários e denotam também os princípios da extinção da USSJMV para dar lugar à Administração Apostólica.

A formação claudicante de seus sucessores contrastam, e muito, com a clareza da de seu fundador. A influência crescente da fraternidade, a incapacidade de formar seus novos padres, a falta de horizontes na paisagem “RR” levam os sucessores do bispo de Campos para a capitulação pouco tempo depois após a sua morte, em 25 de abril de 1991: fruto amargo de uma má formação e das dissensões internas que germinavam em sua obra.

Não é suficiente julgar Dom Antônio pelo prisma da medíocre obra levada a cabo por Dom Fernando A. Rifan. Uma antítese da resistência de um bispo católico e a consequência lógica, não do pensamento de Dom Antônio de Castro Mayer, mas da formação recebida da Fraternidade de Dom Lefebvre.


— Artigo por Frei João Maria Vianney A. Aguiar de Matos, O. F. M. Sub


Ad Clerum

Antonius natus est in oppido Campinensi, Sancti Pauli Provinciae in Brasilia, anno milesimo nongentesimo quarto, e catholica familia ortus. Agens anno duodecimo aetatis suae ingressus est Seminarium minus quod a Praemonstratensibus sacerdotibus regebatur, et postea anno milesimo nongentesimo vicesimo secundo incepit studia in Seminario majori Sancti Pauli. Bonis obtentis profectibus in examinibus Seminarii missus est Romam a Duarte Leopoldo e Silva episcopo ut in Gregoriana Academia studia sua compleret. Anno milesimo nongentesimo vicesimo septimo ordinatus est a Basilio Cardinali Pompilij et paulo post ascendit gradum doctoris theologiae. Redux in Brasiliam P. Antonius factus est praelector Seminarii Sancti Pauli docuitque Philosophiam, Historiam Philosophiae et Theologiam Dogmaticam per annos tredecim.

Anno milesimo nongentesimo quadragesimo primo nominatus est canonicus Capituli Metropolitani Sancti Pauli et postmodum electus Vicarius Generalis. Post annos tres munere Vicarii Oeconomi functus est in Paroecia São José do Belém et vacabat disciplinis Religionis et Doctrinae Socialis Catholicae in Faculdade Paulista de Direito et in Instituto Sede Sapientiae. Die vicesima tertia mensis Maji anni milesimi nongentesimi quadragesimi octavi ordinatus est episcopus coadjutor pro dioecesi Camponensi in Fluminis Januarii Provincia. Anno sequenti mortuo episcopo dioecesano Revmus. Dnus. Antonius gubernaculum suae dioecesis accepit eamque rexit usque ad annum milesimum nongentesimum octogesimum primum, quo anno jussus est munus suum resignare.

Comparuit ad Concilium Vaticanum II, sed renuit consentire cum aptatione Ecclesiae ad saeculum seu conformatione ejusdem cum mundo, probabiliter ob instructionem quam susceperat tempore Seminarii, quae instructio eum urgebat ut semper ageret secundum mentem, doctrinam et constitutionem Ecclesiae prout exstiterunt usque ad eos qui Vaticanum II praecesserunt, annos. Eapropter renuit Novo Ordine Missae uti et prae innovationibus Concilii ferebat semper traditionalem Ecclesiae disciplinam.

Post Antonii resignationem successor sacerdotes quos ille erudierat juxta veram mentem Ecclesiae persecutus est, eos expellens de dioecesis ecclesiis, quapropter iidem sacerdotes ad Antonium recurrerunt, qui tum Unionem Sacerdotalem S. Joannem Mariam Vianney fundavit ut illos sacerdotes reciperet apud se novosque ordinaret qui traditionalem Ecclesiae doctrinam profiterentur.

Societatem habuit cum Revmo. Dno. Marcello Lefebvre episcopo etiam resistente adversus Concilium Vaticanum II, et quidem adfuit consecrationi episcopali habitae in vico Esquiniae anno milesimo nongentesimo octogesimo octavo, in qua quattuor sacerdotes ordinati sunt episcopi a Marcello Lefebvre et Antonio Mayer. Hoc fecerunt ut episcopi ordinati continuitatem praeberent sacerdotio catholico, quod in periculo jacebat ob modernistam apostasiam in Vaticano II ortam. Etiam in vico Esquiniae sermonem dedit Antonius agens de apostasia in Ecclesia manifestansque se credere Joannem Paulum II auctoritatem amisisse ob errores doctrinales quos hic docuerat Ecclesiam, quae confessio affinis est sedevacantismo, i. e. asserto affirmanti hominem qui fidem catholicam non habeat Apostolicam Sedem occupare non posse, quapropter eadem Sedes vacat usque a S. S. Pii XII morte, cum ejus successores publice et voluntarie errata docuerint et doceant, quod demonstrat eos fidem catholicam non habere.

Etiam anno milesimo nongentesimo octogesimo octavo in Brasilia ordinavit presbyterum, et hoc ultima est publica episcopi actio. Relinquens omnibus fidelibus magnum defensionis et proelii pro fide catholica exemplar, Antonius defunctus est die vicesima quinta mensis Aprilis anni milesimi nongentesimi nonagesimi primi sepultusque in ecclesia Tertii Ordinis B. M. V. de Monte Carmelo.


Scriptum exaratum a Fr. Pacifico-Maria dos Santos Silva, O. F. M. Sub

Sursum Corda: Março

Pax et Bonum!

Publicamos o Boletim periódico do Convento de São Miguel e de Santo Antônio referente ao mês de março, para lê-lo clique no botão abaixo. Você pode ainda visitar a aba "Boletim Informativo" no menu principal do site para ver todas as edições publicadas.

Salve Maria!

Devoção Mensal: Via Sacra

Pax et Bonum!

I. Na primeira sexta-feira de Março, dia 4, comemoramos a festa do Mistério da Via Sacra, esta que foi espalhada, divulgada e muito celebrada pelos franciscanos. E como no mês passado não tivemos publicação alguma sobre devoção mensal, foi conveniente a publicação de uma Via Sacra tradicional neste mês.

II. No dia 15 de Abril será celebrada a sexta-feira da Paixão e morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, e para bem passarmos o restante da quaresma e este tão augusto dia, foi mais conveniente ainda a publicação desta Via Sacra, que deve ser meditada especialmente na Sexta-feira Santa.

III. E como a degradação do culto reverente a Deus transformou as Via Sacras em lugares de dissiminação de heresias e discursos politicamente corretos, uma verdadeira blasfêmia, tornou-se mister que publicássemos uma Via Sacra tradicional como reparação por estas infâmias.

A VIA SACRA

“tunc ergo tradidit eis illum ut crucifigeretur susceperunt autem Jesum et eduxerunt et bajulans sibi crucem exivit in eum qui dicitur Calvariae locum hebraice Golgotha ubi eum crucifixerunt”
(Jo 19, 16-18)

Oração preparatória
Senhor meu Jesus Cristo, meu Deus e Salvador, creio em Vós, espero em Vós e amo-Vos sobre todas as coisas. Vós sois infinitamente bom e digno de todo o amor.
Cheio de clemência e misericórdia, subistes ao Calvário, levando sobre os vossos ombros dilacerados o enorme madeiro da cruz, e, cravado nele, expirastes para me remir. Derramastes o vosso precioso Sangue para me purificar das minhas iniquidades. Ó Jesus, quanto fui ingrato apartando-me de Vós, e seguindo o caminho da perdição! Mas agora volto, qual ovelha desgarrada que busca o bom pastor. Pesa-me, meu dulcíssimo Salvador, de tantas vezes Vos ter ofendido. Meu Jesus, misericórdia! Perdoai-me pelo vosso amor!
Quero acompanhar-Vos, meu amabilíssimo Redentor, até o Calvário, fazendo Via-Sacra em memória da vossa sagrada paixão e morte. Permiti que Vos siga com o coração contrito, considerando as vossas dores com amor e profunda compaixão. Ofereço-Vos este piedoso exercício pelo Coração imaculado de Maria, vossa dolorosa Mãe, e pelos anjos que nos acompanham em união com os vosso infinitos merecimentos Desejo ganhar as indulgências aplicando-as por mim e pelas benditas almas do purgatório. Confiando na vossa infinita misericórdia, ó meu Jesus, e na virtude de vosso preciosíssimo Sangue, rogo-Vos:
V. Senhor, ouvi as minhas orações,
R. E os meus clamores cheguem até Vós.

I. Estação

Jesus é condenado à morte.

Consideração: Nosso Senhor Jesus Cristo, depois de ter derramado copioso Sangue na sua agonia do horto e na cruel flagelação e coroação de espinhos, é condenado, por Pilatos, à morte afrontosa da cruz. Oh! Sentença iníqua e crueldade inumana! Para livrar-me da condenação eterna, Jesus submete-se, com amor, a essa crudelíssima condenação.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Meu Jesus, eu vos agradeço de todo meu coração o imenso amor com que aceitastes a morte para me salvar. Concedei-me a graça de me julgar severamente a mim mesmo e de chorar amargamente os meus pecados, para que eu não seja condenado à morte eterna no dia do tremendo juízo. Dulcíssimo Jesus, não sejais para mim Juíz, mas Salvador.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

II. Estação

Jesus com a cruz às costas.

Consideração: O divino salvador toma sobre seus ombros a cruz que meus grandes pecados fizeram tão pesada. Oh! Com quanta resignação, com quanto amor Jesus abraça o opressivo madeiro no qual deseja morrer por mim. Não seguirás o teu Jesus, carregando a cruz da penitência e dos sofrimentos com paciência, submissão e amor?
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Amabilíssimo Jesus, eu Vos dou graças pelo amor com que abraçastes a cruz tão pesada pelas minhas culpas. Perdoai-me, e dai-me o espírito de humildade e fortaleza, para que eu abrace sempre a minha cruz com perfeita paciência, dizendo em todas as tribulações: Ave, ó cruz bendita, única esperança!
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

III. Estação

Jesus cai pela primeira vez debaixo da cruz.

Consideração: O divino redentor, fatigado do caminho, desfalecido pelo muito sangue que corria das suas inumeráveis chagas, cai em terra, oprimido sob o enorme peso da cruz. Abrem-se todas as suas feridas. Que dor para o inocente Jesus! Quão grave é a minha culpa que fez cair por terra o próprio filho de Deus!
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Meu Jesus, prostado por mim em terra, eu Vos adoro na profunda humilhação. Os meus pecados vos fizeram cair com tanta dor. Meu Jesus, misericórdia! Pelo Sangue que derramastes, caindo debaixo da cruz, perdoai-me, e dai-me a graça de nunca mais cair em pecado mortal. Eu Vos suplico humildemente pela dor que sentistes nesta primeira queda, que me preserveis para sempre do pecado. Senhor, tende piedade de mim na hora da tentação.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

IV. Estação

Jesus encontra-se com sua aflita mãe.

Consideração: Profundíssima dor traspassa o Coração de Maria, vendo seu muito amado Filho tão desfalecido e ensanguentado. Ah! O Cordeiro divino vai ser imolado! E que mágoa para Jesus, ver sua terna Mãe em tamanhas aflições e angústias! Que encontro dolorosíssimo! Meus pecados foram a causa dos enternecidos gemidos de Jesus e Maria.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Ó Jesus! Ó Maria! Fazei-me sentir uma dor cada vez mais profunda e sincera dos meus pecados, para que os chore, enquanto viver, e mereça na hora da morte encontrar-Vos compassivos para comigo. Ó Maria, Mãe amorosíssima, pela espada que tão cruelmente Vos feriu o Coração, rogai por mim, para que eu siga a Jesus no caminho da cruz, e o encontre enfim na glória do céu.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

V. Estação

Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a cruz.

Consideração: Os cruéis judeus, vendo Jesus desfalecido, exangue, com o corpo inclinado para a terra, os joelhos trêmulos e os olhos turbados, obrigam Simão Cirineu a ajudá-lo a levar a cruz. Não se compadecem de Jesus, mas temem que faleça antes de chegar ao Calvário, onde desejam crucificá-lo. Oh! Crueldade inaudita!
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Amabilíssimo Jesus, quanto pesa sobre os vosso ombros dilacerados a dura cruz dos meus pecados! Perdoai-me e concedei-me a graça de levar em penitência a cruz das tribulações e dores, e de aliviar, por vosso amor, os sofrimentos e as angústias dos meus irmãos orpimidos de aflições. Meu Jesus, dai-me um coração contrito e abrasado de caridade.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

VI. Estação

Verônica enxuga a face de Jesus.

Consideração: Uma devota mulher, chamada Verônica, vendo Jesus em tão lastimoso estado, coroado de espinhos, com o rosto coberto de suor e de sangue, compadecida, rompe a turba dos judeus, e chega-se reverente e piedosa, a limpar-lhe a face sacrossanta. E o amorosíssimo Salvador paga-lhe a caridade, deixando impressa, na toalha, a imagem do seu santíssimo rosto.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Dulcíssimo Jesus, eu Vos ofereço o meu coração. Imprimi nele tão profundamente a vossa imagem ensanguentada, que sempre me lembre da vossa sagrada paixão, Vos ame sobre tudo e Vos seja cada vez mais semelhante. Mostrai-me na hora da tentação a vossa face amortecida, conspergida de sangue; esta vista tocando me fará vencer todas as tentações. Meu amabilíssimo Salvador, fazei que eu Vos veja algum dia no céu, face a face.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

VII. Estação

Jesus cai pela segunda vez debaixo da cruz.

Consideração: Eis o amorosíssimo Salvador, o Filho de Deus, o Rei da eterna glória, oprimido de dor, atrpelado dos empuxões que lhe dão os algozes, caído em terra pela segunda vez. Oh! Que dolorosa queda! Quanto custaram ao meu salvador as minhas recaídas no pecado! Minha alma, podes considerar esta queda tormentosa de Jesus, e ainda continuar a pecar?
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Meu Jesus, eu me compadeço de Vós. Quanto sofreis por amor de mim, caindo com a santa cruz pela segunda vez, porque eu recaio tantas vezes nos mesmos pecados! Meu Jesus, misericórdia! Eu Vos peço perdão pelo vosso Sangue; e pela dor que sofrestes nesta segunda queda, não me deixeis recair em tentação. Ó Maria, rogai por mim, para que eu possa perseverar no amor de Deus até à morte.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

VIII. Estação

Jesus consola as filhas de Jerusalém.

Consideração: O divino Redentor diz às filhas de Jerusalém que o seguem chorando: Não choreis sobre mim, chorai sobre vós e sobre os vosso filhos. Ó minha alma, ouviste a palavra do Senhor: “chorai sobre vós”? Lembra-te de tuas culpas que foram causa dos padecimentos de Jesus, e chora-as sem cessar. Bem-aventurados os tristes, porque eles serão consolados.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Piedosíssimo Jesus, não afasteis de mim, pobre pecador, o olhar da vossa infinita misericórdia. Quem dera que os meus olhos se arrasassem de lágrimas para chorar os meus pecados! Ó Jesus, dai-me verdadeira contrição, e fazei-me sentir sincera compaixão do meu próximo. Divino Salvador, tende piedade de todos os pecadores que choram as suas culpas. Ó Maria, refúgio dos pecadores, rogai por nós!
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

IX. Estação

Jesus cai pela terceira vez debaixo da cruz.

Consideração: O amantíssimo Salvador, já de todo enfraquecido e sem alento, cai pela terceira vez em terra. Oh, que tormento atroz! Abrem-se de novo as feridas. Jesus torce-se de dor como um verme pisado e esmagado, mas recolhe as últimas forças, levanta-se ainda uma vez para chegar ao lugar do suplício, onde vai morrer por mim.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Meu bom Jesus, eu Vos adoro, com amor e compaixão, e Vos agradeço as dores que sofrestes por mim. Não permitais, que ainda uma vez me separe de Vós, caindo em pecado mortal. Ó não, Jesus, não mais pecar! Pelo muito que padecestes nesta terceira queda, perdoai-me tudo quanto pequei por pensamentos, palavras e obras; e pela vossa fraqueza mortal fortalecei-me na minha fragilidade. Tende também piedade dos que por minha causa caíram em pecado; salvai-os pela vossa infinita misericórdia.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

X. Estação

Jesus é despojado de seus vestidos.

Consideração: O Cordeiro de Deus chega ao Calvário. Dão-lhe a beber vinho misturado com fel, e com sacrílega irreverência e crueldade desumana despojam o divino Salvador das suas vestiduras, renovado as suas doloridas chagas que de novo vertem copioso sangue. Oh! Quanto pejo, quantas amarguras e dores sofre o divino Filho da Virgem imaculada pelos abomináveis excessos dos homens!
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Clementíssimo Jesus, para me restituirdes o vestido nupicial da graça, consentis que Vos dispam com tanta ignomínia e afronta para Vós. Concedei-me chorar amargamente as minhas culpas, e que nunca mais perca a graça da qual por vossa bondade me tendes revestido. Fazei que eu tenha uma vida pura conservando o meu coração limpo e a minha alma sem mancha.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

XI. Estação

Jesus é pregado na cruz.

Consideração: Os verdugos mandam ao inocentíssimo Jesus, que se estenda sobre a cruz. E o Filho de Deus obedece aos mais vis pecadores, para ser por eles crucificado. Com agudos e penetrantes cravos, traspassam-lhe as mãos e os pés sacrossantos. Salta o precioso Sangue aos braços dos carrascos. Todo o santíssimo corpo estremece; mas Jesus, sem lamentos, oferece suas agudíssimas dores ao Eterno Pai por amor de mim.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Ó Jesus, meu amantíssimo Redentor, quão preciosa é a minha alma pela qual quizestes sofrer tão terríveis tormentos! Pelo vosso Sangue Vos suplico, não permitais que a entregue aos vossos inimigos pelo pecado mortal. Perdai-me os pecados pelos quais traspassei as vossas mãos e pés. Cordeiro de Deus, imolado por mim, dai-me o vosso amor e perfeita paciência.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

XII. Estação

Jesus morre na cruz.

(mantém-se um tempo de silêncio)
Consideração:
Jesus é crucificado. Oh! Quão dolorosa é sua agonia! Quanto sangue corre da sagrada cabeça, das mãos e dos pés traspassados e de todo o corpo! Os pérfidos judeus ainda o insultam, vomitando blasfêmias. Mas Jesus ora por eles, dizendo: “Meu Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.” Depois de três horas de agonia, exclama: “Meu Deus, meu Deus, por que assim me abandonastes?!” E dizendo “Meu Pai, em vossas mãos encomendo o meu espírito” exala o último suspiro. Assim morreu o Filho de Deus por mim pecador. E tu, minha alma, não o queres amar?
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Filho de Deus, crucificado por mim, eu Vos adoro e agradeço-Vos os tormentos da vossa agonia e morte. Quanto me pesa de Vos haver crucificado com os meus pecados. Ó meu bom Jesus, lavai a minha alma no vosso Sangue preciosíssimo; fazei que eu Vos ame cada vez mais, sofrendo tudo por vosso amor. Pela vossa sagrada morte assisti-me na última hora, e abri-me a porta do paraíso. Ó Maria, Mãe das dores, rogai por mim pecador, para que só viva e morra por amor de Jesus.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

XIII. Estação

Jesus é descido da cruz e depositado nos braços de sua santíssima Mãe.

Consideração: O sagrado Corpo de Jesus é despregado da cruz e posto nos braços de sua angustiada Mãe. Maria Santíssima vê o seu muito amado Filho morto, todo desfigurado, coberto de chagas e ensanguentado. Ó minha alma, considera as chagas de teu Salvador e as lágimas de tua desolada Mãe e não tornes a pecar.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Ó Maria, Mãe amorosíssima de meu divino Redentor, também Vós sofreis amargamente por meus pecados. Oh! Que grande mal fiz eu! Pesa-me profundamente, ó dolorosa Mãe, de ter derramado o Sangue de Jesus e de Vos ter custado tantas lágrimas. Pela morte de vosso Filho e pelas vossas angústias Vos peço me alcanceis a graça de não pecar mais, e de amar a Jesus com perfeito amor. Ó Maria, Mãe das dores, Consoladora dos aflitos, rogai por todos os que choram desamparados.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

XIV. Estação

Jesus é depositado no sepulcro.

Consideração: O Corpo santíssimo de Jesus é depositado no selpulcro por Maria Santíssima e piedosos fiéis que a acompanham no enterro de seus divino Filho. Considera, ó alma, o Coração de Maria, todo oprimido de amargura e dor. Não te compadeces dos magoados suspiros de tua lastimada Mãe? Jesus descansa em sepulcro novo, assim quer repousar em teu coração novamente purificado pela graça.
V. Nós vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos,
R. Porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.

Oração
Ó Jesus, depositado no sepulcro, eu Vos adoro com todos os Anjos e Santos. Perdoai-me os meus pecados que abriram tão profundas chagas em todo o vosso Corpo, Dulcíssimo Coração de Jesus, sede Vós de hoje em diante o meu amor. Vinde e repousai em meu coração pela sagrada Comunhão, e concedei-me a graça de Vos ser fiel até a morte. Ó Jesus, pela vossa sagrada paixão e morte, tende piedade de mim e de todos os homens. Ó Maria, Mãe das dores, eu Vos agradeço o amor com que sofrestes por mim; rogai por mim e sede minha salvação. Amém.
Ave Maria
V. Bendita e louvada seja a sagrada paixão e morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor,
R. Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

Conclusão
Amabilíssimo Jesus, meu Deus e Salvador, única felicidade de minha lma, confesso que ainda que Vos amara com o amor que Vos têm os mesmos Serafins e com que Vos ama vossa Mãe imaculada, a Virgem Maria, não corresponderia ao amor com que por mim derramastes o vosso precioso Sangue e destes a vossa santíssima vida. Mas, ai de mim! Que até agora só Vos tenho ofendido por minha grande culpa. Pesa-me de todo o meu coração de haver sido tão ingrato. Perdoai-me, ó Jesus, pela vossa infinita misericórdia. Ofereço-Vos, Redentor amabilíssimo, esta breve meditação da vossa sagrada paixão e morte, em prova de meu amor e de minha gratidão, em união com a compaixão de vossa bendita Mãe e de todos os Santos. Abençoai os bons propósitos que fiz nesta Via-Sacra. Ó Jesus, para Vós vivo, ó Jesus, para Vós morro, ó Jesus, vosso sou na vida e na morte. Amém

Retirado da obra: “Adoremus, manual de orações e exercícios piedosos – D. Frei Eduardo José Herberhold O.F.M. / 15a edição Ed. Casa Paz – Recife (1929)”

(Você pode conseguir no botão abaixo uma versão desta Via Sacra em livreto, é só imprimir e dobrar!)

Demais festas do mês de Abril

Dia 8 Sete Dores da Bem-Aventurada Virgem Maria
Dia 10 até 16 Semana Santa
Dia 17 Páscoa do Senhor
Dia 25 São Marcos Evangelista

Salve Maria!